Você sabe o que é contrafreeloading e como isso pode ajudar seu animal?
Uma das leis do comportamento, descoberta por pesquisas científicas já há algumas décadas, e válida para qualquer espécie (para os animais e humanos) afirma que em uma situação, se o animal tiver duas opções de como agir, ele escolherá a opção que lhe oferece maior controle sobre o resultado: é o chamado "contrafreeloading".
Ou seja, a escolha é pela opção em que se precisa fazer algo (trabalhar) para então alcançar a recompensa desejada, isto é, se o animal tem controle sobre o resultado da ação, ele sabe que, no dia que precisar novamente daquele resultado, se fizer aquela ação, alcançará o resultado desejado.
Mas se o animal está à mercê da ação do tutor ou do ambiente, não existe nenhuma atividade ou ação que ele possa realizar para alcançar aquele resultado, e isto não é legal!
Sabemos também que falta de controle é um fator importante para o aumento estresse, para a supressão comportamental, frustração, a ansiedade, e a tão conhecida “depressão”.
Encher os potes do animal de alimentos é muito fácil. Colocamos tudo triturado/picado sem casca pronto pra comer de maneira que o animal não tem nenhum trabalho. No fim esse tipo de comportamento (que infelizmente é típico da grande maioria dos tutores) aumenta a ociosidade do animal, tira opções do que fazer. Lembre-se que tudo se resume a satisfação.
Nós também não fugimos a esta regra. Quando preparamos uma refeição caseira é imensamente gratificante por causa do esforço colocado – “frutos do nosso trabalho”, postagem do tipo “fui eu que fiz” no Instagram! Neste exemplo, você está exibindo sinais de comportamento "contrafreeloading", “trabalhando" para obter comida
O termo foi criado pelo psicólogo Dr. Glen Jensen em 1963, e é baseado em seu estudo de ratos que tiveram a opção de comer diretamente de uma tigela ou de um dispensador de alimentos que exigia pisar em um pedal para liberar a comida.
Dr. Jensen descobriu que os ratos preferiam utilizar o pedal para receber comida ao invés de pegar a mesma comida livremente disponível na tigela. Ao longo dos anos, estudos semelhantes foram feitos em uma infinidade de animais, incluindo aves, e os resultados foram semelhantes aos dos ratos, onde a maioria dos animais prefere “trabalhar por comida”.
Já que agora você entende um pouco mais sobre esse comportamento, talvez seja hora de reavaliar não apenas o tipo de alimento oferecido ao seu animal, mas também a maneira como você o oferece!
Você simplesmente oferece a comida, incluindo guloseimas, livremente em um comedouro ou tigela, convenientemente localizada ao alcance do animal? Se a resposta for sim, considere mudar a maneira como você alimenta seu animal.
Para começar, aqui estão algumas ideias de pequenos obstáculos para entreter seu pequeno amigo:
Evite tirar a casca e cortar os alimentos de tamanhos pequenos (logicamente limpar bem antes de oferecer)
Colocar o feno ou guloseimas em bolinhas penduradas na gaiola/viveiro
Tubos de papelão (aquele tubo que ficam enrolado o papel higiênico ou papel toalha), um pedaço de bambu ou um pedaço de madeira oca com pequenos furos onde possa encaixar ou encher com alimentos/guloseimas.
Pinhas recheadas com guloseimas entres seus espaços. (tenha o cuidado de lavar bem a pinha antes de utilizar)
Bolinhas de papel amassado ou caixinhas com algum alimento no meio.
Há também alguns brinquedos especializados que estimulam este comportamento. Mas atenção, todo exagero faz mal. Nem todo alimento deve ficar escondido ou de difícil acesso, apenas uma parte dele, a vida do seu amigo não deve ser transformada em um “reality show” pela sobrevivência. Também nunca dificulte acesso de alimento para animais debilitados, pelo contrário, neste casos deve ser facilitado ao máximo!
O vídeo abaixo vemos uma galinha tocando um sininho para ganhar comida:
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